Está um dia quente e ela olha pela janela, observando as
árvores e o asfalto em movimento enquanto cada vez mais se apodera dela a ideia
de desistir. “Todos têm vidas interessantes”, pensa, enquanto percorre a
timeline do Facebook. O trabalho suga-lhe toda a energia e tempo de que dispõe. Apesar de ter um
ordenado bastante satisfatório, Sara não se considera feliz. À beira dos 30, os
sonhos escapam-se-lhe por entre os dedos. “Nunca pensei que as coisas levassem
este rumo”, diz a si própria todos os
dias.
Sem o sentido que procura para a sua vida, sem habilidades
extraordinárias que a distingam da massa amorfa que se move à sua volta, Sara
está prestes a desistir.
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