segunda-feira, 4 de agosto de 2008

MEDO

Tiroteio no planalto do Ingote!!


Diz quem ali vive há mais de 20 anos que nunca tinha visto «coisa igual»: durante 10 minutos, 12 indivíduos varreram a tiro os três bairros

A hora do jantar foi providencial para um residente do bairro António Sérgio: o facto de estar a comer numa divisão virada para as traseiras, e não na sala de estar, ter-lhe-á salvo a vida, ou pelo menos, poupado a um “susto de morte”. Nessa sala, virada para a estrada que liga os bairros da Rosa, António Sérgio e Ingote, entrou um projéctil vindo da rua, provavelmente um dos muitos tiros perdidos e ali disparados ao início da noite.
Carlos Oliveira, filho do “sortudo” residente e presidente da Associação de Moradores do Bairro António Sérgio, contabilizou uns «trinta tiros». Feliz pela sorte do pai, mas inconformado com os recorrentes problemas que envolvem os bairros, deixava escapar um sentimento de alguma revolta: «assinámos o acordo do Planalto Seguro em Julho e acontece logo isto».
O representante dos moradores referia-se a um acordo envolvendo diversas entidades e assinado a 12 de Julho. Na altura, representante da Câmara, da PSP, e do Instituto da Droga e da Toxicodependência, entre outras instituições, comprometeu-se a cumprir um programa de diminuição da sinistralidade. Entre as medidas, a PSP disponibilizaria dois agentes em permanência para os três bairros, e a Polícia Municipal também asseguraria a vigilância, em períodos alternados.
«É o que se está a ver», criticava Carlos Oliveira, defensor da prevenção pela proximidade de agentes, mas que nunca ali viu a tal vigilância permanente. «O que eles fazem [os polícias] é uma vergonha», secundava Marco Oliveira, ali residente vai para 17 anos. «Passam aí uns seis ou sete nas carrinhas de intervenção, uma vez por outra, e quando actuam geralmente é para incomodar inocentes, mandam parar carros com uma ou duas pessoas e fazem um filme».
As críticas à actuação das forças de segurança não se ficaram por aqui, lamentando-se a demora em chegarem ao local e até os números de telefone da PSP interrompidos. Quando a polícia chegou, já nem rasto dos atiradores. Segundo uma testemunha, chegaram numa Mercedes Vito, numa Audi A4 e num Honda Accord, e eram 12. Estiveram bastante tempo aos tiros contra o Bairro da Rosa, disparando de dentro das viaturas mas vindo, inclusive, a sair para a rua sem parar de atirar. «Ali foram tiros de rajadas», pormenorizava um dos residentes, dando conta de tiros soltos mais à frente, no Bairro António Sérgio, e depois já no Ingote.
Foi mais de 10 minutos aos tiros, assegurava outro morador, ainda apreensivo porque veio à janela e não terá sido atingido por sorte. Sem explicação para o sucedido, alguns associavam o episódio de ontem a «um qualquer problema» que ocorreu de madrugada no Bairro da Rosa, vendo os tiros como uma espécie de retaliação. Escreva aí que os problemas são dali daquele bairro [Rosa], solicitava uma das residentes do Ingote. E escreva que vêm dali [da Rosa] fazerem festas nas traseiras daqui [do António Sérgio] e não deixam ninguém descansar, alvitrava outro.
Foi precisamente para minimizar problemas que avançou o programa Planalto Seguro em Julho. Até agora sem qualquer resultado prático mas, para avaliar o desempenho e identificar vulnerabilidades, está já marcada uma reunião, para 6 de Agosto. Carlos Oliveira tem esperança que depois desse dia se avance, realmente, para a prometida vigilância de proximidade.


É O CAOS!!



3 comentários:

Spider disse...

Vem morar comigo... depois fazemos coisas...

Catsone disse...

É aí que vão fazer a continuação do "tropa de elite"?

franksy! disse...

bolas... uma pessoa ausenta-se durante uns dias e é logo este caos...

venha o planalto seguro!