terça-feira, 8 de julho de 2008

Ora aqui está uma das muitas coisas que não sabia acerca da minha cidade

A Baixa de Coimbra recuperou os balneários públicos, para servir as pessoas que não têm instalações sanitárias adequadas em casa. E são muitas, dizem. Vinte cêntimos dão direito a um banho quente. Mas os mais carenciados não pagam.

"Há muitas casas, no centro histórico, que nem sanita têm. Apenas o antigo ralo", conta Carlos Clemente, presidente do Rancho Folclórico das Tricanas de Coimbra. É, sobretudo, para dar resposta a quem as habita - pessoas de meia idade, oriundas da Alta e da Baixa, conta -, que os banhos públicos funcionam, há vários anos, ali, no nº 15 da Rua do Moreno, sede do grupo. Mas as portas abrem-se, também, a sem-abrigo, toxicodependentes ou nómadas. O uso é gratuito para quem tem óbvias carências económicas, realça Clemente.

Em Novembro, estes balneários encerraram por falta de dinheiro para obras e manutenção. Uma dificuldade ultrapassada com a assinatura, há escassos dias, de um protocolo entre o Rancho Folclórico, a Câmara Municipal e a Associação Integrar. A esta última cabe a gestão do equipamento, com o apoio financeiro - estimado em 7500 euros por ano - da autarquia.

Os banhos públicos reabriram ontem, ao fim da tarde, ainda que sem sombra de utentes. E quem são? "Pessoas com uma vida normal, mas que não têm condições para fazer uma higiene diária", reitera Carlos Clemente, também presidente da Junta de Freguesia de S. Bartolomeu. A assistente social Susana Marçal, da Integrar, reforça: "Isto não é banho para pobres. É para pessoas que, infelizmente, não têm condições sanitárias em casa".

Há uma técnica da Associação Integrar, em permanência, nas instalações, para prestar apoio e fazer vigilância. Isto porque existem regras a seguir. Assumir uma "postura correcta, designadamente de respeito para com os outros utentes", é uma delas. Exige-se, também, que cada utilizador leve os seus próprios artigos de higiene e toalha; e não esteja mais que 15 minutos debaixo de água. Como explica Susana Marçal, "é um equipamento que as pessoas têm de tratar bem".

Em apenas dois dias (terça e quarta-feira passadas), o espaço, que estava bastante degradado, recebeu novo rosto, uma vez reparado o chão, pintadas as paredes. "Para dignificar as instalações", segundo Oliveira Alves, director municipal de Desenvolvimento Humano e Social.

Os banhos públicos funcionam às segundas, terças e quintas-feiras, das 18 às 20; às quartas e sextas-feiras das 10 às 12; e aos sábados das 16 às 20 horas.



in JN

1 comentário:

Badmadafaka disse...

E cagar? Pode-se cagar nos chuveiros?